quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011


Educação
Abaixo o bullying homofóbico
Psicólogos aprovam material contra homofobia nas escolas.
por Redação MundoMais

















Enquanto há homofóbicos que reprovam o material sobre LGBTsdo Ministério da Educação sem ao menos tê-lo visto, o Conselho Federal de Psicologia analisou-o e deu parecer favorável à sua utilização nas escolas.
Mesmo sem data para chegar aos colégios de ensino médio do país, o kit – formado por vídeos, guia de orientação para o professor e cartilhas – foi criticado em apresentação prévia naComissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Agora, o Conselho Federal de Psicologia entrou na discussão em defesa do material.
Dentre as razões apresentadas para a defesa está a importância do kit para enfrentar o bullying homofóbico e a possibilidade de pais, alunos e professores aprenderem a respeitar LGBTs com a ajuda dos vídeos e textos que integram a ação ministerial.
Uma comissão de psicólogos e especialistas avaliou o material para analisar a qualidade técnica, didática e pedagógica dos vídeos e textos e a adequação do conteúdo à faixa etária do público que o receberá. A previsão é de que 6 mil colégios tenham acesso ao material este ano. Para o CFP, os filmes e livretos que abordam conflitos de adolescentes em relação à sexualidade têm linguagem correta para os alunos que serão alvos do projeto e trata de forma cuidadosa os temas.
“Representa material de vanguarda, pois são instrumentos de capacitação e formação continuada para o próprio professor. O kit reforça a atenção e cuidado com os temas transversais da educação nas relações de ensino-aprendizagem, como no caso do respeito à diversidade sexual”, diz o relatório. A entidade diz que faz parte do compromisso profissional de qualquer psicólogo contribuir para reflexões sobre preconceito e o fim de discriminações sexuais.
O texto de cinco páginas começa justificando a importância da discussão do tema nas escolas, que têm a responsabilidade de formar cidadãos éticos e que respeitem as diferenças, segundo os psicólogos. “A discussão principal sobre o tema refere-se à necessidade de tratar preconceitos e discriminações que refletem uma violência (verbal, simbólica) reverberando nos espaços de convivência escolar”, afirma o texto.
De acordo com os psicólogos, faltam instrumentos de qualidade para que professores e orientadores trabalhem o tema em sala de aula. A iniciativa, para eles, é positiva. A entidade sugere ainda que outros setores, como redes sociais, desenvolvam projetos semelhantes para combater o preconceito.
O material foi elaborado em parceria com a Pathfinder do Brasil; a Reprolatina - Soluções Inovadoras em Saúde Sexual e Reprodutiva; e a ECOS - Centro de Estudos e Comunicação em Sexualidade e Reprodução Humana (São Paulo-SP), e conta com o apoio daAssociação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT); da GALE – Global Alliance for LGBT Education, e da Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT do Congresso Nacional.


E se me achar esquisito, respeite também, até eu fui obrigado a me respeitar. Clarice Lispector.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Ela é real!

Hoje conheci duas mulheres muito parecidas, uma no seu início da vida, outra já no final. Suas histórias se escrevem de forma semelhante, e essa semelhança é o sofrimento. Uma me fez rir, refletir, seu contato comigo não foi pessoal. A outra me tocou a alma! Seus olhos me mostraram algo que nunca consegui ver, suas mãos tocaram meu coração. Deixei que brincasse comigo, deixei que conhecesse os meus detalhes. Queria fazer o mesmo com ela, mas algo não me permitiu, seu sofrimento me impediu. Seu corpo precisava me falar. Como é difícil perceber que não pude ajudá-la. Gostaria de arrancar a sua dor, pois ela não consegue superá-la.
A mais velha, Estamira, superou, para alguns ficou louca, para outros ela consegue enxergar muito além do que nós. Pensa, reflete de maneira ímpar. Louca? Mas quem é normal? Após tudo o que viveu, como iria viver ou sobreviver de forma diferente. Será que após tudo o que ela passou, nós também não estaríamos como ela? Segundo Arnaldo Jabor “a insanidade de Estamira é uma linguagem de defesa diante de um mundo muito mais louco que ela. A sua loucura é a narração de uma sabedoria torta, de uma anomalia que a salva de uma realidade, esta sim, terrivelmente insana”.
O caminho da mais nova chegará ao final como o de Estamira? Medo! A cada momento que apertava minha mão ou a cada vez que pedia: “você vai me ajudar?”, me fez sentir responsável pelo o que ela vai percorrer. Imaturidade da minha parte? Pode ser! Nunca lidei tão perto com o sofrimento humano. Sempre me utilizei da frase do autor Augusto Cury: "Gastarei minha vida explorando o mais deslumbrante e complexo dos mundos, a mente humana. Serei um garimpeiro, procurando ouro nos escombros das pessoas que sofrem". Mas agora assim tão perto, meu deu medo. Confesso, sua dor, suas não palavras mexeram de forma única comigo. Precisei e ainda preciso, sentar sozinha e tentar assimilar tudo o que vi e senti. Não quero perdê-la, quero ajudá-la. Tenho anseio que os segredos velados a impeça de largar o peso carregado. Estamira em seus ‘surtos’ lança o que lhe fez mal, através de chigamentos, ‘delírios’. Ela não explicita através da fala, seus olhares, seus toques, seu corpo, fazem isso, eles falam! Uma pessoa do sexo oposto entra no ambiente e ela se apaga, uma simples palavra faz ela emudecer. Mistérios que me fazem não parar de lembrar de seus toques, dos seus detalhes. Gostaria que assim no meio da noite eu conseguisse simplesmente ‘descobrir’ o que fez ou faz dela ficar dessa maneira. Procuramos desculpas em tudo, tentamos achar uma vítima e um culpado. Mas será que eles realmente existem? Não sei, mas a dor está ali, ela é real!
Acredito que com um único contato pude entender um pouco do que é Ser realmente psicóloga!