quarta-feira, 6 de julho de 2011

Diálogo.

Ao observar muitos relacionamentos, percebo a dificuldade de algo primordial e essencial: o diálogo. Deixamos de falar e expor nossas opiniões por medo da reação do outro, dessa maneira acabamos escondendo o que nos ocorre. Amizades, namoros, casamentos são rompidos por uma falta. Relacionamentos podem durar anos, com segredos velados entre os envolvidos? Muitas vezes, novos relacionamentos já iniciam com a dificuldade da fala e da escuta.
Não seria mais fácil, simplesmente sentar e conversar?! Acredito que é nesse “sentar e conversar” que esteja o problema, não existe a conversa. Conversar é falar trocando ideias. Nas “conversas”, normalmente atiramos (colocamos pra fora, arremessamos) nossas preocupações, nossos anseios, mas não conseguimos escutar e compreender o que o outro fala. Escutar! Atitude complicada que significa ouvir com atenção. Quantas vezes nosso amigo está ali, aflito, falando, falando e falando, respondemos com “Uhum”, “É”, e não estamos de forma alguma escutando, estamos ouvindo, sem nem ao menos parar para perceber a angústia do outro. As pessoas adoecem emocionalmente nos relacionamentos, sentem necessidade de alguém que as compreendam. Tomamos muitas decisões precipitadas por não conseguir manter uma conversa “saudável”.
Já estava escrevendo sobre diálogo e minha mãe leu a história da raposa para mim, encaixou perfeitamente, então leia e reflita!

A RAPOSA
"Um lenhador acordava todos os dias às 6 horas da manhã e trabalhava o dia inteiro cortando lenha, só parando tarde da noite. Ele tinha um filho lindo de poucos meses e uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de estimação e de sua total confiança.
Todos os dias, o lenhador, que era viúvo, ia trabalhar e deixava a raposa cuidando do bebê. Ao anoitecer, a raposa ficava feliz com a sua chegada.
Sistematicamente, os vizinhos do lenhador alertavam que a raposa era um animal selvagem, e, portanto, não era confiável. Quando sentisse fome comeria a criança. O lenhador dizia que isso era uma grande bobagem, pois a raposa era sua amiga e jamais faria isso. Os vizinhos insistiam:
-Lenhador, abra os olhos!
-A raposa vai comer seu filho.
-Quando ela sentir fome vai devorar seu filho!
Um dia, o lenhador, exausto do trabalho e cansado desses comentários, chegou à casa e viu a raposa sorrindo como sempre, com a boca totalmente ensangüentada. O lenhador suou frio e, sem pensar duas vezes, deu uma machadada na cabeça da raposa. A raposinha morreu instantaneamente.
Desesperado, entrou a correr no quarto. Encontrou seu filho no berço, dormindo tranquilamente, e, ao lado do berço, uma enorme cobra morta.
O Lenhador enterrou o machado e a raposa juntos.
Se você confia em alguém, não importa o que os outros pensem a respeito, siga sempre o seu caminho e não se deixe influenciar. Quantas amizades já foram desfeitas, lares destruidos, quantos mal entendidos, tudo por causa da influência e do julgamento de outras pessoas. Por isso, nunca tome decisões precipitadas, nada melhor do que o diálogo, ainda que você encontre a "raposa" com a boca cheia de sangue... "

Converse, Escute, Reflita!!