terça-feira, 8 de outubro de 2013

Desapegar das mágoas

Quando era criança tinha a dificuldade de perdoar. Ficava chateada, magoada, deixa de falar com quem gostava por motivos supérfluos. Minha mãe sempre falou que meu coração ia ficando duro, que ia me fazer mal não perdoar.

Anos se passaram e essa dificuldade permaneceu. Virou um orgulho bobo, ressentimentos desnecessários. Mesmo após estudar sobre as mágoas, os ressentimentos, que segundo McCurty “guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra”, não conseguia perceber o quanto eu estava me prejudicando. Me afastei de pessoas que me fazem falta por motivos que nem recordo mais.

Um dia uma amiga me falou que alguém precisava do meu perdão. Parei pra pensar e vi o quanto uma simples frase pode me libertar e também libertar o outro. Com poucas palavras eu disse: “Fica tranquila, eu já te perdoei”. Um sorriso de alivio se abriu em mim.

Comecei a praticar, a desapegar das mágoas. Comecei a buscar, desculpar e pedir desculpas. Alguém me disse: “O Tempo é o Senhor”, pode ser, porém sem atitudes o tempo pode passar e as mágoas vão realmente deixando o coração duro...



“Pedir desculpas nem sempre significa que você está errado e a outra pessoa certa. Significa apenas que você valoriza mais a relação do que seu ego.”

sexta-feira, 15 de março de 2013

AGRADECIMENTOS




Os cinco anos se passaram rapidamente pela minha cabeça e as lágrimas rapidamente começaram a correr. Não de tristeza, mas de felicidade pela realização de um sonho.
Essa realização se deve primeiramente ao meu querido Deus, que nunca me desamparou, me deu força, saúde, sabedoria e entendimento para que eu pudesse encontrar nesse curso uma possibilidade de olhar para o outro.
Também tenho que agradecer de maneira única aos meus pais, irmã e cunhado, aqueles que investiram não apenas financeiramente, mas me incentivaram a cada dia, e que sempre estiveram de alguma maneira nessa longa jornada ao meu lado sem reclamar de nenhuma forma as minhas possíveis ausências. Depositaram em mim uma confiança imensa, não medindo esforços para que minha graduação fosse concluída. Cuidaram-me em todos os momentos em que eu mesma me descuidei, me deram colo quando necessário. Escutaram-me quando chegava efusiva em casa querendo explicar cada nova teoria aprendida. Muitas noites foram aquelas que fiquei com eles na cama, contando sobre meu dia e sobre tudo o que aprendi em sala. Auxiliaram-me nos desentendimentos e confrontos de sala de aula. Alegraram-se com minhas conquistas e não me fizeram desistir de cada desafio encontrado. Agradeço por toda paciência,  amor, carinho, afeto, empenho que vocês nunca deixaram de dedicar a mim.
Agradeço a cada Mestre que encontrei nesse caminho, não sendo eles apenas professores, mas amigos, conselheiros, incentivadores. Desconstruindo tudo o que já sabia e me auxiliaram a reconstruir de diferentes formas. Foram muitos os que lembro com carinho e que ficarão guardados na memória e no coração. 
Agradeço a cada colega que no dia-a-dia com inúmeras dificuldades, desentendimentos, alegrias e brincadeiras crescemos juntos e nos fizemos grandes, fortes e sedentos de saber.
Agradeço a cada amigo que fiz, que perdi e que mantenho até hoje, cada passo dado juntos ou não foi, de grande aprendizado pro meu crescimento pessoal e profissional.
Agradeço pela vida do Bendito Allison, que hoje não se encontra mais comigo, mas que soube de maneira ímpar me ensinar a ver a vida de forma diferente. 
Agradeço aos amigos que estavam fora da graduação, mas que sempre se fizeram presente, me apoiando, mostrando a minha capacidade de escutar e olhar o outro de maneira diferenciada.
Agradeço ao Rodrigo, que mesmo antes da graduação, sempre me incentivou e até hoje está comigo vibrando com minhas conquistas.
Agradeço a Carol, minha querida terapeuta que me auxiliou nesse processo de me autorizar enquanto psicóloga, enquanto pessoa.
Agradeço a minha querida supervisora Raquel, a qual não mediu esforços para que o último ano de graduação fosse tranquilo e prazeroso. Que me deu colo e soube respeitar o meu tempo quando necessário.
Agradeço aos meus amigos e companheiros de abordagem, Cleilson e Valdete, os quais construímos juntos nosso entendimento sobre clínica e Gestalt-Terapia, e trocamos muita informação, afeto e dedicação.
Agradeço ao meu grupo de Especialização, minha querida turma Edmund Husserl pela cumplicidade, amizade e carinho. 
Agradeço ao Marcos e Rosane, pela dedicação à Gestalt-Terapia e por me incluírem de forma tão carinhosa no Instituto Muller-Granzotto.
Agradeço a cada amigo, conhecido, que em todo esse tempo esteve de alguma forma comigo, colaborando para que essa jornada fosse mais leve.
Agradeço a equipe do Colégio Energia Barreiros, que durante dois anos abriram espaço para que na prática eu pudesse aprender mais através do estágio.
Agradeço a todos aqueles que eu atendi ao longo desses anos e que de alguma forma levaram um pouco de mim e deixaram muito de si. 
Agradeço aos meus amigos que estiveram ao meu lado nos momentos de festas e de dor, que me ajudaram a espairecer dessa loucura da graduação, e que sempre me motivaram a crescer.
           Agradeço, por fim, aos meus amores: Eli (minha Trem), Thiago, Tati (minha Bê), Mica, Nani (minha Pequena), que não me deixaram desanimar nos momentos difíceis, que me acompanharam nessa árdua finalização de curso, e que sempre torcem por mim em cada conquista. Amo vocês!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Cicatrizes, marcas.

Olhando para meu corpo vejo marcas, cicatrizes, tatuagens, que através delas me lembro de histórias e fatos da minha vida. Podem ser eles cômicos, engraçados, tristes. Estão ali, compondo a minha estrutura. Aquela marca na mão?! Ah, uma queimadura boba de brigadeiro de panela. Aquela no cantinho da boca?! Ihh, essa é velha. Quando tinha uns três ou quatro anos, história um pouco longa, mas resumindo, cai na quina da cama, três pontos. Aquela na sobrancelha?! Ah essa foi engraçada, era pequena também, não vi o pilar de madeira (relativamente grosso) na minha frente. 

A tatuagem de pimenta?! Não, não é pra dizer que sou “apimentada”, é um símbolo pra mim de mudanças e decisões que tomei num momento importante na vida. A frase na costela?! Uma maneira de carregar sempre minha família comigo! 

As marcas podem ser por escolhas, acidentes, erros. Mas de qualquer forma elas permanecem no nosso corpo. Assim são também as marcas, cicatrizes emocionais. Elas permanecem, por mais que não paremos pra olhar, por mais que a gente finja que não se encontram ali, por mais que a gente não quisesse que elas existissem. Simplesmente estão! 

Após meses sendo traída, após amizades desfeitas, após sofrimentos, mudanças e marcar são deixadas no nosso ser. A dificuldade de confiar até na sombra, a desconfiança, a insegurança, podem ser marcas deixadas sem que a gente faça a escolha. Porém, conforme Sartre “o importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós”. 

Será que vou deixar de viver uma relação que me faz bem por já ter sido traída em outras?! Será que tenho que me privar de conhecer novos amigos por já ter me machucado com outros?! Será que vou deixar de cozinhar por já ter me queimado algumas vezes?! Será que vou parar de brincar por já ter me quebrado antes?! 

Quando começo a me impedir de viver, muitas vezes são essas marcas e cicatrizes impedindo a fluidez da vida. Elas irão permanecer, mas não devem me atrapalhar de seguir em frente! 

Permita-se amar, permita-se errar, permita-se viver!
Olhe para cada marca, cicatriz, como um aprendizado, como uma maneira de ser melhor!

erlaub dich