domingo, 26 de dezembro de 2010

Abri Os Olhos

Composição: Sandy Leah/Lucas Lima

Sei mais do que eu quis
Mais do que sou
E sei do que sei
Só não sei viver
Sem querer ser
Mais do que sou

O fato é o ato da procura
E a cura não resiste só
O que era certo eu descobri
Nem sempre era o melhor

Abri os olhos
Não consigo mais fechar
Assisto em silêncio
Até o que eu não quero enxergar


Não sei afastar
A dor de saber
Que o saber não há
Só não sei dizer
Se esse meu ver
Se pode explicar

Enquanto eu penso, tanto entendo
Que é mais fácil não pensar
O que era certo, eu aprendi
A sempre questionar

Abri os olhos
Não consigo mais fechar
Assisto em silêncio
Até o que eu não quero enxergar

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

'Procuro esconderijo...'

Nesse dia que acordo um tanto quanto melancólica, prefiro curtir o meu 'eu depressivo' do que tentar sair dele...

Esconderijo

Ana Cañas

Composição: Ana cañas
 
Procuro a solidão
Como o ar procura o chão
Como a chuva só desmancha
Pensamento sem razão
Procuro esconderijo
Encontro um novo abrigo
Como a arte do seu jeito
E tudo faz sentido
Calma pra contar nos dedos
Beijo pra ficar aqui
Teto para desabar
Você para construir

Dundarundê aunde iê

domingo, 7 de novembro de 2010

As aparências enganam

Zé Ramalho

Composição: Zé Ramalho
 
 
Sabedoria do povo
Em forma de procissão
E o entoar da novena
Em pratos de comunhão
Uma promessa que falta,
Um companheiro divino
Um tempo tão pequenino
Para viver e ficar

Um tudo tão magoado
Um povo tão violado
Erupção de crianças

Uma prece pela busca
Uma treva que ofusca
Uns olhos de cão danado
Os sonhos do condenado
As barras de se viver

Uns olhos são para ver
As contundências do mundo
Em tudo que se mexeu
Em tudo que se moveu
As aparências enganam

As aparências enganam
As mesmas que desenganam
Os olhos do moribundo
O caçador vagabundo
Que viu e não soube ver

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Devaneios da madrugada.

 Hoje, 2 horas da manhã, escrevi um pequeno texto. Um pouco de ficção, um pouco de realidade, algo de mim e algo dos outros. O que escrevo não é pra ser entendido, é pra ser refletido, pensado!


Constantes e  difíceis mudanças.

 Às vezes sinto uma vontade súbita de fugir, me esconder.
Sinto-me nua aos olhos dos outros, sinto que conseguem ver minha alma, isso me dá medo, me aflige.
Mas às vezes já me percebo invisível: Será que alguém me percebe aqui? Não faço falta? Não faço diferença?
Então a vontade de fugir retorna, de forma abrupta.
Como alguém, aparentemente tão forte, tem tantos medos, tantas angústias? Queria que me entendessem, mas não quero que saibam o que eu penso. O olhar do outro não é neutro, é cruel, despe-me de forma violenta, julga-me, machuca. Como seria simples um olhar de compreensão. Não precisa concordar com o que penso, apenas compreenda a minha forma de pensar. Dói fazer isso?
Sinto-me distante dos outros; posso até concordar que eu mesma me distancio. Como me aproximar? Falando sobre minha vida? Por quê? Para quê? Percebo que me sinto cada vez mais vazia, parece que com alguém desconhecido consigo falar da minha vida, não sei quem é ele mesmo... o seu julgamento não me faz diferença. Agora reflito: por que o julgamento do outro me faz tanta diferença? Será que denuncia algo que não está resolvido em mim? Não consigo compreender o poder que ele tem sobre mim, como posso ser tão frágil e vulnerável?! Fugir?! Mas para onde? Quem sabe pro meu quarto, meu canto, meu refúgio. Porém nem ali me sinto em paz. Será que numa cabana, vazia, velha, sentir-me-ia melhor? Mas o que quero encontrar?
Ah! Já sei! Estou buscando a mim mesma. O meu mais profundo, o meu íntimo. Realmente, só encontrarei SOZINHA! O distanciamento é necessário. Estar sozinha pode doer, pode me fazer sofrer, mas dessa forma posso me encontrar, achar o “verdadeiro” e mutável: Eu!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

"Já que não me entendes, não me julgue, não me tente..."

1º de Julho

Renato Russo
Composição: (Renato Russo)


Eu vejo que aprendi o quanto te ensinei
E nos teus braços que ele vai saber
Não há por que voltar
Não penso em te seguir
Não quero mais a tua insensatez
O que fazes sem pensar aprendeste do olhar
E das palavras que guardei pra ti
Não penso em me vingar
Não sou assim
A tua insegurança era por mim
Não basta o compromisso
Vale mais o coração
Já que não me entendes, não me julgue, não me tente
O que sabes fazer agora
Veio tudo de nossas horas
Eu não minto, eu não sou assim
Ninguém sabia e ninguém viu
Que eu estava a teu lado então
Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
Sou minha mãe e minha filha, minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser
Sou Deus, tua Deusa, meu amor
Alguma coisa aconteceu
Do ventre nasce um novo coração
Baby, baby, baby, baby
O que fazes por sonhar
É o mundo que virá pra ti e para mim
Vamos descobrir o mundo juntos baby
Quero aprender com o teu pequeno grande coração
Meu amor, meu amor
Baby

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

'Eu sei guardar segredo, eu sei amar...'


Esconderijo
Sandy Leah

Nesse quarto escuro
Existe um menino,
Assustado.

Ele é sozinho e
Teme
Que o mundo encontre
O seu cantinho.

Me entrega ele pra cuidar,
Eu sei guardar segredo,
Eu sei amar,

Não conto pra ninguém
Que esse menino é
Alguém de barba e gravata
E que esse quarto escuro
É sua alma.

'Tem gente que machuca os outros, tem gente que não sabe amar...'


Mais Uma Vez

Renato Russo
Composição: Renato Russo, Flavio Venturini



Mas é claro que o sol
Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei...

Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem...

Tem gente que está
Do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar...

Tem gente enganando a gente
Veja nossa vida como está
Mas eu sei que um dia
A gente aprende
Se você quiser alguém
Em quem confiar
Confie em si mesmo...

Quem acredita
Sempre alcança...

Mas é claro que o sol
Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei...

Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem...

Nunca deixe que lhe digam:
Que não vale a pena
Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos
Nunca vão dar certo
Ou que você nunca
Vai ser alguém...

Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia
A gente aprende
Se você quiser alguém
Em quem confiar
Confie em si mesmo!...

Quem acredita
Sempre alcança...

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

'O nosso ser posso ser assim daqui a pouco não'


Reticências
O Teatro Mágico
Composição: Fernando Aniteli


Quanta mudança alcança
O nosso ser posso ser assim daqui a pouco não
Quanta mudança alcança
O nosso ser posso ser assim daqui a pouco

Se agregar não é segregar
Se agora for, foi-se a hora
Dispensar não é não pensar
Se saciou foi-se em bora

Quanta mudança alcança
O nosso ser posso ser assim daqui a pouco não
Quanta mudança alcança
O nosso ser posso ser assim daqui a pouco

Se lembrar não é celebrar...
Dura é a dor quando aflora
Esquecer não é perdoar
Se consagrou sangra agora

Quanta mudança alcança
O nosso ser posso ser assim daqui a pouco não
Quanta mudança alcança
O nosso ser posso ser assim

Tempo de dá colo, tempo de decolar
Tempo de dá colo, tempo de decolar
O que há é o que é e o que será
Tempo de dá colo, tempo de decolar
Tempo de dá colo, tempo de decolar
O que há é o que é e o que será

Reciclar a palavra, o telhado e o porão...
Reinventar tantas outras notas musicais...
Escrever o pretexto, o prefácio e o refrão...
Ser essência... muito mais...
Ser essência... muito mais...
A porta aberta, o porto acaso, o caos, o cais...

Se lembrar de celebrar muito mais...
Se lembrar de celebrar muito mais...
Se lembrar de celebrar muito mais...

Tá certo que o nosso mal jeito foi
Vital pra dispensar o nosso bom
O nosso som pausou
E por tanta exposiçao a disposiçao cansou
Secou da fonte da paciencia
E nossa excelencia ficou la fora

Soluçao é a solidão de nós
Deixa eu me livrar das minhas marcas
Deixa eu me lembrar de criar asas
Deixa que esse veraão eu faço só
Deixa que esse verão eu faço só
Deixa que nesse verão eu faço sol

Só me resta agora acreditar
Que esse encontro que se deu
Não nos traduziu o melhor
A conta da saudade quem é que paga
Já que estamos brigados de nada
Já que estamos fincados em dor

Lembra o que valeu a pena
Foi nossa cena nao ter pressa pra passar
Lembra o que valeu a pena
Foi nossa cena nao ter pressa pra passar

Cabô...

sábado, 11 de setembro de 2010

Insetos Interiores

O Teatro Mágico
Composição: Fernando Anitelli


Notas de um observador:

Existem milhões de insetos almáticos.
Alguns rastejam, outros poucos correm.
A maioria prefere não se mexer.
Grandes e pequenos.
Redondos e triangulares,
de qualquer forma são todos quadrados.
Ovários, oriundos de variadas raízes radicais.
Ramificações da célula rainha.
Desprovidos de asas,
não voam nem nadam.
Possuem vida, mas não sabem.
Duvidam do corpo,
queimam seus filmes e suas floras.
Para eles, tudo é capaz de ser impossível.
Alimentam-se de nós, nossa paz e ciência.
Regurgitam assuntos e sintomas.
Avoam e bebericam sobre as fezes.
Descansam sobre a carniça,
repousam-se no lodo,
lactobacilos vomitados sonhando espermatozóides que não são.
Assim são os insetos interiores.

A futilidade encarrega se de "mais tralos'.
São inóspitos, nocivos, poluentes.
Abusam da própria miséria intelectual,
das mazelas vizinhas, do câncer e da raiva alheia.
O veneno se refugia no espelho do armário.
Antes do sono, o beijo de boa noite.
Antes da insônia, a benção.

Arriscam a partilha do tecido que nunca se dissipa.
A família.
São soníferos, chagas sem curas.
Não reproduzem, são inférteis, infiéis, "infértebrados".
Arrancam as cabeças de suas fêmeas,
Cortam os troncos,
Urinam nos rios e nas somas dos desagravos, greves e desapegos.
Esquecem-se de si.
Pontuam-se


A cria que se crie, a dona que se dane.
Os insetos interiores proliferam-se assim:
Na morte e na merda.

Seus sintomas?
Um calor gélido e ansiado na boca do estômago.
Uma sensação de: o que é mesmo que se passa?
Um certo estado de humilhação conformada o que parece bem vindo e quisto.
É mais fácil aturar a tristeza generalizada
Que romper com as correntes de preguiça e mal dizer.
Silenciam-se no holocausto da subserviência
O organismo não se anima mais.
E assim, animais ou menos assim,
Descompromissados com o próprio rumo.
Desprovidos de caráter e coragem,
Desatentos ao próprio tesouro...caem.
Desacordam todos os dias,
não mensuram suas perdas e imposturas.
Não almejam, não alma, já não mais amor.
Assim são os insetos interiores.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Início

Ao arrumar o material do semestre passado, li algo que escrevi e pensei: 'Por que não faço um blog?'. A partir disso pensei mais na ideia, e não encontrei justificativas para não fazê-lo. Devaneios, reflexões, escritos banais, frases, leituras... Escrever!
Com o blog pretendo escrever com mais frequência, pretendo passar pro computador minhas ideias. Creio que será um exercício construtivo.