terça-feira, 20 de setembro de 2011

Fechamentos necessários!



Como é difícil aprender a fazer fechamentos. Terminar, fechar, concluir, pode ser extremamente doloroso, porém deixá-los em aberto torna-se inviável. A cada fechamento, estamos abertos para novas oportunidades. Conforme Kurt Lewin “Ações ou situações não completadas são fortemente registradas e carregadas de tensão, e, assim que houver uma oportunidade, o indivíduo buscará aliviá-la”. Grande parte dos nossos sofrimentos e de nossas dificuldades são decorrentes de situações inacabadas, às quais precisamos resolvê-las a fim de nos livrarmos dessa desagradável tensão que ocupa muito de nossa energia, tornando-a indisponível para outras atividades.





“Insistir naquilo que já não existe é como calçar um sapato que não te cabe mais... machuca, causa bolhas, chega à carne viva e sangra. Então é melhor ficar descalço... Deixar livre o coração, enquanto vive... deixar livre os pés, enquanto cresce. Porque quando a gente cresce, o número muda!” (Autor Desconhecido).
“Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és.
E lembra-te: Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão” (Encerrando Ciclos – Fernando Pessoa)



quarta-feira, 6 de julho de 2011

Diálogo.

Ao observar muitos relacionamentos, percebo a dificuldade de algo primordial e essencial: o diálogo. Deixamos de falar e expor nossas opiniões por medo da reação do outro, dessa maneira acabamos escondendo o que nos ocorre. Amizades, namoros, casamentos são rompidos por uma falta. Relacionamentos podem durar anos, com segredos velados entre os envolvidos? Muitas vezes, novos relacionamentos já iniciam com a dificuldade da fala e da escuta.
Não seria mais fácil, simplesmente sentar e conversar?! Acredito que é nesse “sentar e conversar” que esteja o problema, não existe a conversa. Conversar é falar trocando ideias. Nas “conversas”, normalmente atiramos (colocamos pra fora, arremessamos) nossas preocupações, nossos anseios, mas não conseguimos escutar e compreender o que o outro fala. Escutar! Atitude complicada que significa ouvir com atenção. Quantas vezes nosso amigo está ali, aflito, falando, falando e falando, respondemos com “Uhum”, “É”, e não estamos de forma alguma escutando, estamos ouvindo, sem nem ao menos parar para perceber a angústia do outro. As pessoas adoecem emocionalmente nos relacionamentos, sentem necessidade de alguém que as compreendam. Tomamos muitas decisões precipitadas por não conseguir manter uma conversa “saudável”.
Já estava escrevendo sobre diálogo e minha mãe leu a história da raposa para mim, encaixou perfeitamente, então leia e reflita!

A RAPOSA
"Um lenhador acordava todos os dias às 6 horas da manhã e trabalhava o dia inteiro cortando lenha, só parando tarde da noite. Ele tinha um filho lindo de poucos meses e uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de estimação e de sua total confiança.
Todos os dias, o lenhador, que era viúvo, ia trabalhar e deixava a raposa cuidando do bebê. Ao anoitecer, a raposa ficava feliz com a sua chegada.
Sistematicamente, os vizinhos do lenhador alertavam que a raposa era um animal selvagem, e, portanto, não era confiável. Quando sentisse fome comeria a criança. O lenhador dizia que isso era uma grande bobagem, pois a raposa era sua amiga e jamais faria isso. Os vizinhos insistiam:
-Lenhador, abra os olhos!
-A raposa vai comer seu filho.
-Quando ela sentir fome vai devorar seu filho!
Um dia, o lenhador, exausto do trabalho e cansado desses comentários, chegou à casa e viu a raposa sorrindo como sempre, com a boca totalmente ensangüentada. O lenhador suou frio e, sem pensar duas vezes, deu uma machadada na cabeça da raposa. A raposinha morreu instantaneamente.
Desesperado, entrou a correr no quarto. Encontrou seu filho no berço, dormindo tranquilamente, e, ao lado do berço, uma enorme cobra morta.
O Lenhador enterrou o machado e a raposa juntos.
Se você confia em alguém, não importa o que os outros pensem a respeito, siga sempre o seu caminho e não se deixe influenciar. Quantas amizades já foram desfeitas, lares destruidos, quantos mal entendidos, tudo por causa da influência e do julgamento de outras pessoas. Por isso, nunca tome decisões precipitadas, nada melhor do que o diálogo, ainda que você encontre a "raposa" com a boca cheia de sangue... "

Converse, Escute, Reflita!!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Nostalgia.

Nostalgia.... Acho que essa palavra descreve exatamente o que estou sentindo nesse momento. Estado de tristeza, melancolia sem ter um motivo certo. Uma saudade de não sei o que.
Uma vontade louca de dizer pra cada pessoa que Amo, o quanto ela é imprescindível na minha vida.
Uma vontade de abraçar cada amigo meu, mesmo aqueles que estão longe, e dizer: você é muito importante, eu amo você.
Queria que nesse momento, cada pessoa que lembro, que penso nesse momento, sentisse minha presença, sentisse meu beijo.
Vontade de sair correndo, acordar meus avós e bisavós e lembrá-los de como eles foram importantes em tudo o que conquistei.
Vontade de visitar o meu ex-namorado e dizer que por mais que não estejamos mais juntos, os anos em que passamos juntos foram muito bem vividos, foram eles que me fizeram ser quem sou hoje, e que foi eterno enquanto durou.
Vontade de agradecer a cada pessoa que um dia me magoou, pois por causa delas, hoje sou mais forte. Vontade de que minha amiga de infância lembrasse, como eu, dos momentos que brincamos de boneca e abrisse um sorriso ingênuo como aquele que tínhamos naquela época.
Vontade de que os amigos que tenho conquistado, mesmo a pouco tempo, saibam o quanto são especiais. Vontade de que minhas paixões, mesmo aquelas platônicas, saibam o quanto foram importantes pro meu crescimento, principalmente aquelas pela qual eu sofri e sofro.
Vontade de que aquele meu amigo que já é uma estrelinha no céu, soubesse de que, sim, “eu quero pela eternidade essa amizade continue em nós”.
Vontade de abraçar meu cunhado e dizer que ele é meu irmão mais velho que nunca tive, mas sempre quis ter.
Vontade de que minha irmã se lembre dos momentos em que tivemos juntas e em especial do dia anterior ao seu casamento, noite gostosa aquela, mas também que ela saiba que cada briga que tivemos, cada palavra rude dela, me fez quem sou hoje.
Vontade de abraçar meus pais, e com as lágrimas escorrem no meu rosto dizer: obrigada por me dar a vida e o mundo.

Nostalgia!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Inconstante.

Ao término de mais um dia percebo a minha inconstante forma de pensar e agir perante cada situação. As circunstâncias nem se alteram tanto assim, mas a cada minuto as percebo de uma maneira diferente. Leio e releio mensagens, e-mails, e de uma lágrima já se abre um sorriso. Me apavoro por ser tão extremista, mas me alegro por me conhecer um pouco mais. Essa inconstante reação não depende do que o outro faz, e sim depende da forma com que vejo. Tenho infinitos olhos então?! Pode ser, mas as vezes prefiro cegar-me. Me precipito, respondo, faço o que me vem, porém a conseqüência chega da maneira  que não havia cogitado. Fugir?! Talvez, mas mesmo cega sei o que está ali. A vida me faz parar, de alguma forma me para e diz: Te aquieta e PENSA! Penso, penso, penso, nunca da mesma forma, nunca com a mesma intensidade, mas penso. E a reposta é inconstante como antes. Não sei o que querem de mim, mas sei o que quero pra mim, nesse momento... quero você, mas definitivamente sou inconstante, por escolha... MINHA! Decididamente inconstante!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O Quase - Sarah Westphal

Após uma noite mal dormida, de muito pensar e refletir sobre as circunstâncias que me cercam, lembrei-me do poema O Quase de Sarah Westphal. Pensar e estar no quase me incomoda, me deixa agoniada, angustiada, mas  isso estimula a querer crescer, a querer mudar. Investir ou não? Para investir é necessário tempo, disposição. Dúvida?!  "Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar." William Shakespeare.
Continuo arriscando, me machucando (as vezes), amadurecendo...


O Quase
"Ainda pior que a convicção do não é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga,
quem quase passou ainda estuda,
quem quase morreu está vivo,
quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto.
A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."

domingo, 24 de abril de 2011

“Eu não quero voltar sozinho”


Curta vencedor de prêmio pelo júri oficial e também pelo voto popular disponível no YouTube. Diretor pretende lançar longa.
por Alex Cabral
 Um menino é cego. O outro acaba   de ser matriculado na escola e não conhece ninguém. Entre eles, um forte carinho vai se estabelecendo, o que fez com que "Eu não quero voltar sozinho", de Daniel Ribeiro, fosse escolhido como o melhor curta-metragem tanto pelo júri oficial quanto pelo voto popular na terceira edição do Festival de Paulínia de 2010.

A temática gay no cinema é velha conhecida de Daniel, desde que ele foi premiado com o Urso de Cristal no Festival de Berlim, em 2008, por "Café com leite". Em "Eu não quero voltar sozinho", o diretor deixa clara toda sua delicadeza ao lidar com o assunto: as cenas entre os dois meninos são discretas, com um desejo sendo construído aos poucos e sem exageros.

O melhor de tudo é que Daniel pretende transformar "Eu não quero..." em longa-metragem. O roteiro já está pronto, só falta alguém para financiar o projeto.


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011


Educação
Abaixo o bullying homofóbico
Psicólogos aprovam material contra homofobia nas escolas.
por Redação MundoMais

















Enquanto há homofóbicos que reprovam o material sobre LGBTsdo Ministério da Educação sem ao menos tê-lo visto, o Conselho Federal de Psicologia analisou-o e deu parecer favorável à sua utilização nas escolas.
Mesmo sem data para chegar aos colégios de ensino médio do país, o kit – formado por vídeos, guia de orientação para o professor e cartilhas – foi criticado em apresentação prévia naComissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Agora, o Conselho Federal de Psicologia entrou na discussão em defesa do material.
Dentre as razões apresentadas para a defesa está a importância do kit para enfrentar o bullying homofóbico e a possibilidade de pais, alunos e professores aprenderem a respeitar LGBTs com a ajuda dos vídeos e textos que integram a ação ministerial.
Uma comissão de psicólogos e especialistas avaliou o material para analisar a qualidade técnica, didática e pedagógica dos vídeos e textos e a adequação do conteúdo à faixa etária do público que o receberá. A previsão é de que 6 mil colégios tenham acesso ao material este ano. Para o CFP, os filmes e livretos que abordam conflitos de adolescentes em relação à sexualidade têm linguagem correta para os alunos que serão alvos do projeto e trata de forma cuidadosa os temas.
“Representa material de vanguarda, pois são instrumentos de capacitação e formação continuada para o próprio professor. O kit reforça a atenção e cuidado com os temas transversais da educação nas relações de ensino-aprendizagem, como no caso do respeito à diversidade sexual”, diz o relatório. A entidade diz que faz parte do compromisso profissional de qualquer psicólogo contribuir para reflexões sobre preconceito e o fim de discriminações sexuais.
O texto de cinco páginas começa justificando a importância da discussão do tema nas escolas, que têm a responsabilidade de formar cidadãos éticos e que respeitem as diferenças, segundo os psicólogos. “A discussão principal sobre o tema refere-se à necessidade de tratar preconceitos e discriminações que refletem uma violência (verbal, simbólica) reverberando nos espaços de convivência escolar”, afirma o texto.
De acordo com os psicólogos, faltam instrumentos de qualidade para que professores e orientadores trabalhem o tema em sala de aula. A iniciativa, para eles, é positiva. A entidade sugere ainda que outros setores, como redes sociais, desenvolvam projetos semelhantes para combater o preconceito.
O material foi elaborado em parceria com a Pathfinder do Brasil; a Reprolatina - Soluções Inovadoras em Saúde Sexual e Reprodutiva; e a ECOS - Centro de Estudos e Comunicação em Sexualidade e Reprodução Humana (São Paulo-SP), e conta com o apoio daAssociação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT); da GALE – Global Alliance for LGBT Education, e da Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT do Congresso Nacional.


E se me achar esquisito, respeite também, até eu fui obrigado a me respeitar. Clarice Lispector.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Ela é real!

Hoje conheci duas mulheres muito parecidas, uma no seu início da vida, outra já no final. Suas histórias se escrevem de forma semelhante, e essa semelhança é o sofrimento. Uma me fez rir, refletir, seu contato comigo não foi pessoal. A outra me tocou a alma! Seus olhos me mostraram algo que nunca consegui ver, suas mãos tocaram meu coração. Deixei que brincasse comigo, deixei que conhecesse os meus detalhes. Queria fazer o mesmo com ela, mas algo não me permitiu, seu sofrimento me impediu. Seu corpo precisava me falar. Como é difícil perceber que não pude ajudá-la. Gostaria de arrancar a sua dor, pois ela não consegue superá-la.
A mais velha, Estamira, superou, para alguns ficou louca, para outros ela consegue enxergar muito além do que nós. Pensa, reflete de maneira ímpar. Louca? Mas quem é normal? Após tudo o que viveu, como iria viver ou sobreviver de forma diferente. Será que após tudo o que ela passou, nós também não estaríamos como ela? Segundo Arnaldo Jabor “a insanidade de Estamira é uma linguagem de defesa diante de um mundo muito mais louco que ela. A sua loucura é a narração de uma sabedoria torta, de uma anomalia que a salva de uma realidade, esta sim, terrivelmente insana”.
O caminho da mais nova chegará ao final como o de Estamira? Medo! A cada momento que apertava minha mão ou a cada vez que pedia: “você vai me ajudar?”, me fez sentir responsável pelo o que ela vai percorrer. Imaturidade da minha parte? Pode ser! Nunca lidei tão perto com o sofrimento humano. Sempre me utilizei da frase do autor Augusto Cury: "Gastarei minha vida explorando o mais deslumbrante e complexo dos mundos, a mente humana. Serei um garimpeiro, procurando ouro nos escombros das pessoas que sofrem". Mas agora assim tão perto, meu deu medo. Confesso, sua dor, suas não palavras mexeram de forma única comigo. Precisei e ainda preciso, sentar sozinha e tentar assimilar tudo o que vi e senti. Não quero perdê-la, quero ajudá-la. Tenho anseio que os segredos velados a impeça de largar o peso carregado. Estamira em seus ‘surtos’ lança o que lhe fez mal, através de chigamentos, ‘delírios’. Ela não explicita através da fala, seus olhares, seus toques, seu corpo, fazem isso, eles falam! Uma pessoa do sexo oposto entra no ambiente e ela se apaga, uma simples palavra faz ela emudecer. Mistérios que me fazem não parar de lembrar de seus toques, dos seus detalhes. Gostaria que assim no meio da noite eu conseguisse simplesmente ‘descobrir’ o que fez ou faz dela ficar dessa maneira. Procuramos desculpas em tudo, tentamos achar uma vítima e um culpado. Mas será que eles realmente existem? Não sei, mas a dor está ali, ela é real!
Acredito que com um único contato pude entender um pouco do que é Ser realmente psicóloga!